PP coligado? Não, obrigado!
Havia décadas que o PP não tinha atingido o Poder. Todos previam que o partido se tornasse o foco de instabilidade do Governo. A verdade é que, após o Caso Moderna, os ministros do PP, em conjunto com Manuela Ferreira Leite e, claro está, Durão Barroso, foram o seu fulcro. Foi isso que exarcebou antigos ódios na Esquerda. A Direita estava, verdadeiramente, a liderar Portugal, não pelo peso político dos seus ministros, mas pela competência destes.
Paulo Portas foi o melhor ministro da Defesa do Portugal moderno, tendo sido capaz de aprovar a LPM, de aumentar o orçamento da Defesa em situação claramente desfavorável em termos de opinião pública, de acabar com o SMO. Tudo isto, a dada altura, com oposições claras das chefias militares. Mas triunfou: a instituição militar deve, por sua missão, ser submissa ao Poder político, e Portas não hesitou em demonstrar quem é que efectivamente, detém o Poder.
Bagão Félix levou adiante uma das mais difíceis reformas: o Código do Trabalho. Neste país, onde toda a gente espera tudo do Estado e do patrão, houve coragem de flexibilizar, embora de maneira insuficiente, o mercado de trabalho. Comprou guerra aos sindicatos e à Esquerda. Mas, até ter embarcado no desgoverno de PSL, era, quem sabe, o mais respeitado ministro do governo, a par de Manuela Ferreira Leite.
O PP demonstrou ser um partido responsável. E isso já ninguém lhe tira. E será uma pena se concorrer coligado com o PSD, por esta ser a verdadeira oportunidade de atingir um valor próximo dos 10%. Não tenhamos dúvidas: há, claramente uma ala de apoiantes tradicionais do PSD, mais à direita, que nunca votou PP por falta de credibilidade. E, se o PP concorresse separado, seria capaz de atrair grande parte dessa faixa. Portas já viu isso, tendo tomado a iniciativa na semana passada. Vejamos se não cede ao caminho mais fácil: assegurar um número satisfatório de deputados na coligação. Seria trágico. Seria o fim dos partidos de Direita com vocação para o Poder em Portugal.
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