outubro 28, 2004

A Esquerda europeia, suprema moralista



O veto exercido pela esquerda europeia à indigitação de Rocco Buttiglione para a Comissão Europeia foi o mais recente sinal da atitude desta. A Esquerda, por toda a Europa, arroga-se à superioridade moral. Perdida a noção da inevitabilidade histórica da vitória sobre o Capitalismo, esta mudou de campo, passando-se para a prepotência da omnisciência e pureza ética. Em Portugal, com a devida bonomia da Comunicação Social, assistimos a este fenómeno todos os dias, de cada vez que ouvimos o Camarada Louçã e seus compinchas (excepção de Miguel Portas), com tempo de antena largamente superior ao devido, se atentarmos nos resultados eleitorais do BE. É na questão do Aborto, é na crítica reles e fácil à evasão fiscal, é nos chavões rasteiros lançados aos membros do Governo. A nível mundial, á a luta alter-globalização e a demonização de Bush. O facto de a Esquerda propositadamente não distinguir princípios morais da aplicação da Lei é sintomático do grau de demagogia e de ataques baixos a que chegou. É negar a independência entre Estado e Religião, essência do pensamento de Esquerda, que bastos benefícos trouxe, mesmo ao pensamento de Direita. Uma melhor Esquerda é necessária. Uma que não enverede pelo facilitismo. Uma Esquerda com os pés na realidade, terra-a-terra, não descurando, contudo, a sua origem e o seu passado. Chega de falsos moralismos. Já não há pachorra.

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